As turfeiras desenvolvem-se em solos encharcados onde a matéria orgânica é parcialmente decomposta, dando origem à turfa. Os esfagnos (Sphagnum sp.) são musgos frequentes e fundamentais no equilíbrio ecológico desta comunidade, pois criam e mantêm um ambiente ácido e pobre em nutrientes. Apenas os esfagnos e algumas plantas especializadas conseguem crescer neste meio tão específico. À volta das turfeiras são geralmente visíveis matos turfófilos de urze-dos-brejos (Erica tetralix) e os urzais-tojais húmidos dominados pela urze-dos-brejos (Erica tetralix) e lameirinha (Erica ciliaris). Estes habitats são mais proeminentes nos planaltos de Castro Laboreiro e da Mourela e têm um grande valor faunístico (aves e anfíbios) e florístico. O sobrepastoreio, o fogo e a drenagem são as principais ameaças a estes habitats raros e de elevada vulnerabilidade.

Os urzais-tojais são matos baixos secos dominados pela queiró (Erica umbellata), urze-vermelha (E. australis), carqueja (Pterospartum tridentatum) ou o tojo-molar (Ulex minor). Como já vimos, este habitat está normalmente associado à abundância de rochas ácidas, à precipitação elevada e à perturbação causada pelo fogo de curta duração. É rico em espécies de fauna devido às áreas abertas utilizadas para alimentação, podendo ser observados vários animais, quer mamíferos, aves e répteis.
Os tomilhais, que aqui constituem mosaicos de vegetação em associação com os urzais, são formações dominadas pelo tomilho (Thymus caespititius), pela gramínea Agrostis truncatula subsp. commista, por uma ou mais espécies perenes do género Sedum e por diversas geófitas bolbosas (Narcissus bulbocodium, Scilla monophyllos, etc.). Colonizam solos graníticos ou xistosos e são frequentes em encostas e áreas convexas.